O interessante nessa história do "comboio de luxo" da empresa Rovos Rail, foi o significado estratégico do percurso feito. A travessia do continente africano, do Indico so Atlântico por via ferroviária. Aí reside todo o importância estratégica do nosso CFB. Ele só encontra a plenitude da sua utilidade se conseguir fazer esse trajecto, passando pelo cinturão de cobre do Katanga na RDC e o de Solwezi e Ndola na Zâmbia, transportando o minério de cobre para ser exportado a partir do porto do Lobito. Do Lobito transportar equipamentos pesados, combustíveis, lubrificantes e acessórios para a actividade do referido "copper belt".
Quanto aos 50 turistas que vieram nesse comboio, valeu o espírito de aventura dos mais velhos que deram corpo ao projecto, provaram, pagando para o efeito a módica soma de usd 12.500/pessoa, que pode-se rasgar em paz e segurança, o continente africano do Índico ao Atlântico numa extensão de cerca de 3770km em pouco menos de três semanas. Em termos de receitas para Angola, quase nada pois o comboio tem todas as condições de acomodação, alimentação, recreio, etc. Pergunto-me a razão do excesso de zelo que levou altos dirigentes dos governos provincias e municipais a estarem presentes para a recepção dos abastados mais velhos que se fizeram aos carris, da Tanzania, passando pela Zâmbia, RDC antes de chegarem à Angola. Acho que a fasquia esteve muito alta para a montanha finalmente parir um ratinho...
O nosso CFB foi famoso pelo volume de carga transportada mensalmente entre Lobito e o copper belt e vice versa, do que pela actividade turística esporádica.
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