Já demonstrei, em vários artigos de opinião, dirigido ao Patriota, que Angola, sem Eduardo dos Santos, andaria de mãos atadas ao abismo.
As afirmações de Albert Einsten, continuam a fazer tanto sentido quanto no tempo de Eduardo dos Santos, o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim, por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer, foi assim que, Eduardo dos Santos, levantou – se dos subúrbios do Sambizanga e revoltou – se contra o colonialismo português, contra o Apartheid, contra o imperialismo ocidental e contra a guerra civil.
Não estou aqui, para pintar o passado de um herói, nem a torná – lo puro, pois, puro, nenhum existe, estou aqui, como afirmava o novelista e intelectual russo, Yevgeny Zamyatin: em vez de se contentar com o mal que ocorre no plano social, e, aplaudir o que não se pode aplaudir, como o desprezo que muitos fazem à heróis.
Rompa as convenções, seja um intelectual livre, comprometa – se com a verdade. No entanto, é mister que Eduardo dos Santos, é, e será para sempre o símbolo do gáudio que se vive neste País. Para tal, é oportuno recordar Aristóteles, segundo o qual, existe um único mundo: este em que vivemos. Enquanto isso, só nele encontramos bases sólidas para empreender esforços e sacrifícios em torno das soluções à serem apontadas às circunstâncias hodiernas ou futuras, tal quanto José Eduardo dos Santos terá realizado a seu tempo o irrealizável.
Aliás, é o nosso deslumbramento com este mundo, que nos leva a questionar a verdade e a encontrar soluções aos maiores desafios que nos são impostos ao longo do curso natural das coisas, seria como recorda o escritor, músico e poeta João Henrique Hungulo: “Passamos pelo mundo uma única vez, e, toda a oportunidade para fazer a diferença neste mundo, e, mudar o curso natural das coisas, não deve ser adiada.” Mesmo que muitos apresentam – se descontentes à tais afirmação, pois, ninguém pode agradar a gregos e troianos, como se pode dizer na língua inglesa “you can”t please evereyone.” Desde logo, a história de José Eduardo dos Santos, torna – se um imperativo no processo de vida da nação angolana, e desde então, é um ingrediente cultural que deve atravessar gerações e ser contada através do curso longínquo do tempo.
A vida de José Eduardo dos Santos, é um exemplo de quem queira fazer diferença mediante os desafios improváveis, em épocas impossíveis. Eduardo dos Santos realizou aquilo que ninguém a seu tempo soube realizar, não cruzou os braços, desenvolveu acções vitais para que a vida da nação angolana fosse salva, para que a história, ganhasse um novo sentido face às variadas circunstâncias que lhe eram impostas e atravessaram sobre a qual.
O historiador Lord Action, afirmou que patriotismo prende-se com os deveres morais que temos para com a comunidade política. Como quase todos os conceitos políticos e filosóficos, também o patriotismo é alvo de inúmeras conceptualizações conflituantes que, segundo Alasdair MacIntyre, ocorrem num espectro que tem num extremo a ideia de que o patriotismo é uma virtude e, noutro, que é um vício. Resumidamente, pode-se definir o patriotismo como o amor pelo próprio país, identificação com este e preocupação com os nossos compatriotas. Não é despiciendo referir a comum sobreposição e confusão com o nacionalismo, pelo que importa salientar a distinção que Lord Acton opera, afirmando que o nacionalismo está ligado à raça, algo que é meramente natural e físico, enquanto o patriotismo se prende com os deveres morais que temos para com a comunidade política.
O sacrifício humano emerge na história como um desafio ético, porém, para a pessoa de José Eduardo dos Santos, o sacrifício exercitado em prol da nação angolana, não se tratou apenas de um desafio ético, tratou – se de um imperativo nacional, de uma convicção ideológica, cultural política e patriótica para com o País.
A prática do sacrifício de seres humanos era realizada desde os povos antigos. Inúmeras culturas de formas diferentes a praticavam com o intuito de oferecer aos deuses às vítimas em seus rituais. A cultura védica, os maias, e os incas realizavam sacrifícios humanos. É possível afirmar que o sagrado institui uma nova relação do homem com o mundo na medida que este se revela e se manifesta na história humana. Talvez, não terá sido esta prática que terá movido Eduardo dos Santos em nome do sacrifício patriótico, ao ponto de entregar – se de corpo e alma a pátria, quase que perdia a vida, como disse um escritor “José Eduardo dos Santos”, deu o peito as balas quando a desintegração causada pela guerra era inegável”, em Cahama Eduardo dos Santos provou que estava pronto à entregar – se à pátria, mesmo que a própria vida fosse um bem sacrificado em nome de Nação, Eduardo dos Santos, não temeu a bravura do inimigo, percorreu lugares altamente perigosos, orientou as FAPLAS e as motivou à fazerem face ao inimigo com toda a coragem.
O sacrifício exercitado por José Eduardo dos Santos, não se trata de um mero sacrifício cultural, nem sequer um ritual sagrado, santo ou perverso, trata – se de um imperativo social, patriótico, heróico, trata – se de soluções diplomáticas e continuadas à variedade de problemas que nasciam na nação angolana. Eduardo dos Santos, terá lutado para fazer aquilo que era inverosímil, realizar o inexecutável.
Uma das contribuições patrióticas do sacrifício de Eduardo dos Santos para a pátria angolana, foi demonstrar que o valor da pátria e dos seus compatriotas não pode ser inferior ao valor da sua vida, nem da relação entre ele e a sociedade angolana, nem da relação entre o simbolismo angolano e a nação angolana, pois a vida de Eduardo dos Santos não esteve acima da pátria, mas esteve sempre a baixo desta, e do povo angolano, logo, o sacrifício de Eduardo dos Santos, define – se na concepção do sentido patriótico, como sendo um sentimento de orgulho, amor, devolução e devoção à pátria, e ao seu povo.
Por João Henrique Rodilson Hungulo
BEM – HAJA AO BOM PATRIOTA!
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