Ao que tudo indica, mesmo na era de João Lourenço, nada mudou e tudo continua na mesma, os mesmos hábitos, e, é sempre um grupo selectivo que têm acesso aos recursos enquanto a grande maioria da população padece de fome. Recentemente a irmã do Presidente da República, Edith do Sacramento Gonçalves Lourenço Catraio, adquiriu uma participação na Dicorp, transformando assim os diamantes em negócio de família assim como tinha feito o anterior Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Os recentes ajustes na estrutura accionista da mineradora Dicorp no início de 2019, visiram fortalecer os laços da empresa com os poderes em Luanda. Segundo Africa Intelligence, Entre os novos accionistas figura a senhora Edith do Sacramento Gonçalves Lourenço Catraio, irmã do presidente João Lourenço, que adquiriu uma participação na Dicorp em Janeiro desde ano.
Mão direita
Mesmo antes de Edith Lourenço Catraio se tornar accionista da empresa, a presidência angolana já tinha uma mão na Dicorp. Um dos primeiros accionistas da empresa fundada em Luanda em 2016, é Aldemiro Justino de Aguiar Vaz da Conceição, que foi por muitos anos o porta-voz do anterior chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.
No início de 2018, Lourenço nomeou Conceição como chefe do departamento de análise psicológica e de dados da Casa de Segurança (conselho de defesa). Este papel foi criado em 2010 por Dos Santos especificamente para Conceição, colocando-a no comando de vários assuntos de inteligência para o gabinete do presidente.
Uma sensação de déjà-vu?
Lourenço era um crítico veemente da tendência de seu antecessor em deixar que pessoas próximas a ele, incluindo sua filha Isabel dos Santos e generais dentro de seu círculo íntimo, encontrassem maneiras de embolsar as melhores autorizações de diamantes do país (AMI 435).
No entanto, durante as mudanças no capital accionista da Dicorp no início deste ano, uma grande participação foi transferida para a Tadiafrica, empresa liderada por Paulo Jorge Mariano Domingos e Anabela Mateus Leitão, dois empresários que também dirigem a empresa de serviços de mineração Hipermaquinas Moçambique e outras operações em Moçambique.
Promoção de Edith Lourenço para embaixadora
Edith Lourenço Catraio é de facto quadro do MIREX e que já serviu como financeira da embaixada em Madrid ao tempo em que o seu esposo, Miguel Catraio era o adido comercial. Havia largado a diplomacia e foi readmitida em 2014. No ano de 2015 ela seria nomeada como conselheira da embaixada de Angola em Portugal e pouco tempo depois transferida para Bruxelas.
Sendo, “conselheira” da carreira diplomática, a mesma teria de ser promovida a “ministra conselheira” e depois a “embaixadora”, razão pela qual invoca-se que a sua promoção não obedeceu as exigências da carreira. Foi o mesmo que promover um militar de “coronel” a “general”, sem passar pela patente de “brigadeiro” ou “tenente-general”. Face ao salto, os quadros do MIREX, suspeitam que a sua nomeação terá sido uma estratégia do ministro George Chicoty, em se insinuar ao candidato do MPLA, e provável futuro Chefe de Estado, caso saia vencedor das eleições de 23 de Agosto. Africa Intelligence
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