Roberto de Almeida e Dino Matrosse acusado de tentarem matar filho de Nito Alves



Hoje eu não entro na sede do MPLA porque a Direcção do partido dirigida na altura por Dino Matross, Roberto de Almeida e Nito Teixeira ‘Xifuta’, que mandaram alguns militares em 2006 para me matar, porque estava a defender os salários de mais de dois mil e quinhentos homens, entre soldados e oficiais”, afirmou recentemente ao Jornal Hora H, Lopes Mufuma Dala, brigadeiro na reserva e ex-chefe de reconhecimento da Unidade da Guarda Presidencial

O antigo homem do gatilho reforçou, que tudo começou quando o ex-presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, fez um despacho aos senhores Roberto de Almeida, Nito Teixeira e Dino Matross para que me entregarem os salários que tinha em atraso, residência, viatura e outros meios que vinham espelhados na carta. “Ao enviarem a tropa para me fuzilar, estes mesmos indivíduos ao descerem do carro com vidros fumados que os levou, disseram-me: ‘chefe nós não vamos te tocar porque estás a defender também os nossos direitos, mas quem nos mandou foi o Roberto de Almeida, Dino Matross e Nito Teixeira Xifuta’”.

Segundo o antigo brigadeiro, as pessoas que lhe alertaram ainda existem e alguns ocupam cargos de Direcção na sede do partido dos camaradas. E os elementos que estão a trabalhar na portaria do Partido MPLA, são seus colegas da UGP que conhecem sobre o golpe referido de roubar o dinheiro da tropa para fins pessoais.

Depois deste cenário todo,  “não fiz nenhuma queixa-crime às instituições de direito, porque até os colegas que foram orientados para me matarem disseram que não podiam fazer isso comigo porque estava a defender os interesses de todos e me mostraram os mandatos para me fuzilarem, eu tenho provas e as pessoas estão lá no partido”, disse o Mufuma Dala. “Depois do novo governo de João Lourenço tomar posse escrevi novamente para mostrar o meu descontentamento e até agora a Presidência da República não me respondeu e gostaria de saber porque é que não me respondem?”, questionou o militante inconformado.

Lopes Mufuma Dala salientou ainda que tem provas vivas de pessoas que trabalham na sede do partido e que podem testemunhar “o que estou a falar, e para verem que sou parte integrante da matéria, nós os ex-FAPLA, finalizamos o curso de oficiais no dia 19 de Outubro de 1997, encerramos o curso no Capolo e Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” era Comandante Geral da Polícia Nacional”.

“Enquanto FAPLA, nós estávamos acantonados no município de Cacuaco na comuna da Funda e, quando vínhamos armados até aos dentes à sede do MPLA em Luanda, defender o partido em Setembro de 1992, foi uma missão impossível mas conseguimos. Se não fossemos nós, o MPLA podia ter desaparecido”, frisou Mufuma. “Estou na tropa desde 1975, defendi o MPLA com unhas e dentes e nesse mesmo ano estive no Congo Brazaville com o ex-presidente José Eduardo dos Santos, onde ele representava a JMPLA e, em 1979, quando voltamos para o país, eu fiquei na UGP”.

“Em 1997, a Direcção do MPLA, dirigida por Lopo do Nascimento é que havia dirigido o golpe de Estado e Fernando Garcia Miala, na altura era brigadeiro dos Serviços de Contrainteligência “bufo”. O golpe a que me refiro não é de matar, mas sim de roubar o dinheiro que seria destinado para mais de dois mil e quinhentos militares, sargentos e oficiais”, reiterou ao “Hora H” Mufuma Dala.
“Nós os militares fomos roubados pelo partido no poder, e dos valores de dois mil quinhentos homens provenientes das FAPLAS é que construíram o edifício que está bem localizado no Largo Primeiro de Maio, os Supermercados Max, Kandando, o Chamavo e a fábrica de tinta”, acusou Lopes Mufuma Dala.

O também identificado como primeiro filho de Níto Alves, adiantou que “ fui eu quem escrevi para o senhor José Eduardo dos Santos para alertá-lo do golpe, mas nunca me respondeu, na altura o Procurador-Geral da República era o João Maria de Sousa, portanto todo golpe de Estado tem assinantes e tenho provas”. “Gostaríamos de pedir ao senhor Presidente João Lourenço para que a justiça seja independente do poder político, para que haja parcialidade nos processos que entram nas instituições de direito”, afirmou.  

Fonte: Jornal Hora H

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