PGR recupera USD 280 milhões em posse de “Dino” e “Kopelipa”
A Procuradoria Geral da República, anunciou esta segunda-feita, que na sequência da fiscalização das obras do novo aeroporto de Luanda, feita pelo ministério dos transportes, foi instaurado um processo de inquérito, na Direção Nacional de Prevenção e Combate a Corrupção (DNPCC) da PGR, que resultou em diligencias.
Fonte: Club-k.net
Segundo a PGR, das diligencias efectuadas no âmbito do inquérito, resultou a recuperação de USD 286.462.201, 66(duzentos e oitenta e seis milhões , quatrocentos e sessenta e dois mil, duzentos e um e sessenta e seis cêntimos, de dólares americanos), que se encontrava em posse do CIF – Angola, na qualidade de entidade gestora do projecto de construção do novo aeroporto.
O referido valor, já se encontra depositado numa conta do Estado angolano. A PGR adianta que o processo de inquérito prossegue a sua tramitação legal para apuramento de responsabilidades.
O CIF, empresa gestora do projecto de construção do novo aeroporto é, segundo dados avançados pelo Club-K, uma iniciativa privada registada em Hong Kong tendo como sócios, os angolanos (Manuel Vicente, Manuel Vieira Dias “Kopelipa”, Leopoldino do Nascimento), o francês Pierre Falcone, e Xu Jinghua “Sam Pa”.
Xu Jinghua “Sam Pa”, o patrono do CIF é um cidadão de origem Chinesa a quem o antigo Presidente da República concedeu nacionalidade angolana (e passaporte diplomático) com o nome de António Sampo Menezes. Em 2015, o mesmo foi detido pelas autoridades chinesas sob acusação de praticas de corrupção havendo rumores em meios diplomáticos de que foi secretamente condenado a 80 anos de cadeia.
Em Janeiro do corrente ano, o Africa Monitor também alertava que a torre de escritórios do China International Fund (CIF), em Luanda, vizinha da Assembleia Nacional, deverá reverter para o Estado angolano, por ordem do PR, João Lourenço (JL).
As linhas de crédito do CIF, garantidas por petróleo, estiveram ligadas a projectos de reconstrução defeituosa de infra-estruturas – caso dos caminho de ferro de Benguela, Luanda (CFL) e Moçâmedes (CFM), em que foram aplicados perto de USD 3.000 milhões – e de esbanjamento – caso da rede de aeroportos das capitais provinciais, e novo Aeroporto de Luanda, um empreendimento gigantesco, ainda por conclui.
A JL são conhecidas manifestações, em privado, depreciativas não apenas da qualidade das infra-estruturas chinesas, como também do impacto negativo das mesmas a nível arquitectónico, em particular na cidade de Luanda. É ainda conhecida a JL a posição privada de que as empresas chinesas foram “cúmplices com o roubo” que teve lugar no país durante os mandatos de José Eduardo dos Santos, e que agora devem ser responsabilizadas por esse papel. Numa recente entrevista, JL criticou publicamente o modelo de linhas de crédito garantidas por petróleo, por constituir uma hipoteca sobre receitas do Estado angolano, admitindo renegociar tais financiamentos.
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