Não encontro coisa mais assustadora do que ver um professor "cima-baixo", sob o sol escaldante das 14h00, à procura de um centro de chineses para fazer a reprodução de documentos. Cópia daqui, cópia dali, processo de lá, processo d'acolá, tudo na esperança de ver seus salários gordinhos. Há situações em que a Entidade Empregadora pede que se autentique declarações; que se enviem certificados ao tal de INARESS, (deve ser um soba, não? Ninguém sabe!), facto que exige gastar muito dinheiro por parte de quem já ganha mal. Pior ainda, a tal entrega de documentos é frequente na Educação, sempre em vão, ou seja, documentos daqui e documentos de lá, tudo inútil. Esse é o preço de se ter professor em Angola. Não há transporte pessoal, por isso, é comum vermos os homens do giz abarrotados em autocarros públicos ou a percorrerem longas distâncias "à bute", ou seja, a pé. Ser professor é assim: chegar à escola cheirando a calor, calças empoeiradas, e rosto esbra