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Professores de Luanda suspendem aulas em vésperas de provas

 Os professores das escolas públicas da província de Luanda paralisaram as aulas, nesta segunda-feira, no cumprimento da terceira fase da greve geral convocada pelo Sindicato Nacional dos Professores Angolanos (Sinprof), até ao dia 27 de Abril.

Em várias instituições do ensino não universitário, o cenário foi de revolta e preocupação, com salas abertas, alunos nos corredores, mas docentes de braços cruzados, em véspera das provas finais do primeiro semestre. O início das provas está agendado para 23 deste mês, em todo país.
Desde as primeiras horas da manhã, vários cartazes foram exibidos pelos professores, que se dizem firmes na decisão de paralisar as aulas nos próximos 17 dias.
O Sinprof convocou a terceira fase da greve (a segunda foi em 2017), por considerar haver falta de vontade política e sensibilidade do Executivo para solucionar os problemas essenciais da classe.
Entre as principais reclamações, constam a não aprovação do novo estatuto da carreira docente, da actualização de categorias dos professores em serviço e a não transição de professores do regime probatório para o quadro definitivo.
A esse respeito, o Ministério de Educação acusou domingo último, em comunicado, o Sinprof de ter ignorado as medidas do Governo para a resolução de algumas das suas revindicações.
Aquele departamento ministerial “reafirma o seu compromisso” em concretizar as tarefas fundamentais relativas ao programa do Governo no domínio da Educação.
Destaca que o Governo “tem dado soluções” a algumas das revindicações apresentadas, desde 2013.
Ouvida pela Angop, a respeito da greve, o professor Laranjeira Catarina, da Escola Ngola Kiluanji, considerou necessária a paralisação, sublinhando que “as promessas não resolvem nada”.
Já o professor João Victória, do Instituto Médio de Economia de Luanda (IMEL), disse entender que o importante é melhorar as condições salariais e de trabalho dos docentes.
“Se o professor não estiver psicologicamente bem moralizado, de que valem as provas?”, questionou.
Por sua vez, a docente Noémia Rangel, da Escola Njinga Mbandi, afirmou que o Executivo sabe o que tem de fazer para evitar a greve.
“No caderno está tudo escrito, tanto mais que no ano passado nós interrompemos a greve, porque houve um acordo. Não se cumpriu, demos muito tempo, então… está claro!”, vincou.
Enquanto se mantém o impasse, estudantes de várias escolas apelaram para o entendimento das partes e se mostraram preocupados com as repercussões da greve.
A estudante Débora Elisabeth, do Imel, mostrou-se preocupada com o facto de a greve surgir na véspera das provas finais do primeiro semestre e lembra que cenário idêntico foi registado em 2017.
“Nós, como alunos, como é que vai ser a nossa prova global? Para a entrada do segundo semestre, como é que nós vamos ficar perante esta situação?”, indagou.
A mesma posição foi partilhada pelo estudante Adérito Sousa, do IMEL, que afirmou terem ficado sem algumas matérias e sem explicação por altura da última greve, em 2017.
Os estudantes ouvidos pela Angop deixaram apelos ao Executivo, no sentido de resolver a situação dos professores e levar ao levantamento da greve e à retoma das aulas.
Desde 2013, o Sinprof reclama a aprovação do novo Estatuto da Carreira Docente e do processo de actualização de categoria dos professores. Pede ao Executivo para, primeiro, actualizar a categoria dos professores e só depois admitir novos docentes.

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