Um total de cinco mil e 85 profissionais da área da saúde, entre
médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, terapeutas e pessoal de
apoio hospitalar, vão ser admitidos através de um concurso público
marcado para a primeira quinzena de Março, informou ontem, em Luanda, a
titular da pasta, no final de um encontro que analisou a questão.
Apesar de ser um número considerável, ainda assim não corresponde ao
estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda o
enquadramento de um médico para cada mil habitantes. Com esse número,
Angola atinge o rácio de um médico para cada quatro mil habitantes.
Sílvia Lutucuta deu a conhecer que existem no país 2.259 médicos no
desemprego e, neste momento, estão a ser tratados os pressupostos legais
e toda a tramitação necessária para o arranque do concurso público,
previsto para Março próximo.
Informou que os técnicos de recursos
humanos e do gabinete jurídico estão a trabalhar afincadamente para que
não haja nenhum entrave ao processo.
“Este concurso vai ter uma
especificidade própria, se comparados com os já realizados até aqui,
pois, além de admitir quadros, vai iniciar, também, em simultâneo um
programa de formação”, realçou.
A ministra disse que foram
identificadas as especialidades que fazem falta num pacote para uma rede
de cuidados primários eficiente. “Identificamos as especialidades de
ginecologia e obstetrícia, medicina familiar, pediatria, medicina
interna, cirurgia geral, saúde pública, anestesia, cuidados intensivos e
ortopedia. São áreas em que vamos investir mais”, informou.
Sílvia Lutucuta pediu à população para não se deixar enganar por aqueles
que, durante a realização do evento, venham dizer que podem conseguir
enquadrar, a custo de algum valor, porque haverá vagas suficientes,
principalmente para a classe médica. “Não precisam subornar ninguém, nem
tão pouco recorrerem às agências.
O concurso vai ser feito
apenas pelo Ministério da Saúde, a vários níveis. As pessoas só têm que
apresentar as candidaturas e concorrerem”, aconselhou.
A
responsável deu a conhecer que os concursos vão acontecer a nível dos
municípios. Sílvia Lutucuta disse que o objectivo é garantir que cada
município, em função do número de quadros que receber, tenha pelo menos
um ortopedista, um técnico de cuidados intensivos e um anestesista.
“Há hospitais municipais que têm bloco operatório ou mesmo sala de
parto, mas que, às vezes, não conseguem realizar determinados
procedimentos porque não há um anestesista e nem um técnico de cuidados
intensivos”, esclareceu .
Muitas vezes, continuou a ministra, as
unidades de referência, principalmente neste momento em que o país
enfrenta um surto de malária com alguma gravidade, registam muitas
mortes porque, a nível da periferia, não há capacidade de resposta para
resolver alguns problemas a nível do município.
Luanda com mais técnicos
Luanda, com mil e 47 técnicos, é a província com maior número de
vagas, seguida pela Huíla, com 489 e Benguela com 432 vagas, Huambo com
414, Cuanza-Sul 361, Uíge 297, Bié 296, Cunene 187, Malange 184, Cuando
Cubango e Lunda-Norte 182, Cabinda 153, Moxico 140, Lunda-Sul 122, Zaire
113, Cuanza-Norte 103, Namibe 95 e Bengo 71. O número de médicos
especialistas a ingressar é de 216.
A titular da pasta da Saúde
explicou que Luanda vai receber mais vagas por se tratar de uma
província com especificidade própria, por ser um centro de formação.
Além do número de vagas reservadas, vai ainda receber mais 40 vagas,
salientou, para acrescentar que é hora de se começar a formar
especialistas com vocação para o ensino.
A distribuição de
vagas, por província, resultou de uma avaliação feita sobre o perfil
epidemiológico de cada região. Teve em conta o número de quadros
existentes actualmente e a rede sanitária que cada província tem.
0 Comentários