Angola Expresso vai ser criada através de parceria público-privada. A nova companhia já tem aviões escolhidos e vai operar apenas em território nacional. Foi criada uma comissão que deve levar o projecto à Presidência da República, em breve.
Após ter divulgado várias vezes a intenção do Governo de criar uma nova companhia para operar os voos domésticos, ficando a TAAG exclusivamete com as rotas internacionais, o VALOR, soube de fonte ligada ao processo, que a futura companhia já tem nome. A designar-se ‘Angola Expresso’, a nova companhia nasce de uma parceria público-privada e a sua efectivação ficará à espera apenas da aprovação do Presidente da República, que deve receber a proposta, brevemente, do ministro dos Tranportes.
Augusto Tomás coordena a comissão criada pelo próprio Minstério dos Transportes para a criação da companhia que, conforme a proposta que sobe a João Lourenço, deverá ser gerida por uma sociedade constituída por empresas de aviação.
Conforme avança a fonte, o Governo predispõe-se a fornecer apoio com pilotos e com técnicos de manutenção, e o ministro Augusto Tomás quer acelerar o processo para o concluir em 2019, dado que a TAAG não vai poder suportar os voos de curta duração com a actual frota de boeings 737.
O Ministério dos Transportes decidiu assim recriar a antiga TAAG-Expresso, introduzindo pequenas mudanças, em especial, na gestão. O projecto anterior previa uma gestão única através da companhia aérea estatal. Mas, por indicação prévia de João Lourenço, a nova empresa terá gestores saídos do sector privado, com a participação da TAAG.
O VALOR sabe que o projecto está bem avançado e até já foram definidos os aparelhos a serem utilizados. A Angola Expresso vai operar com oito a 10 aviões de fabrico canadiano, Dash, com a capacidade para 72 lugares cada voo. Prevê-se que os aparelhos tenham bases estratégicas em algumas províncias.
O que também já está definido são os nomes que integrarão a gestão da empresa. Dadas como figuras com experiência na aviação, os comandantes Jaime Pinto (administrador da Airjet), Célio van der Kellen (antigo instrutor da TAAG e sócio da Heliang Transprtes Aéreos) e António Beto são dados como certos no conselho de administração, bem como outros especialistas que já integram a comissão de trabalho, que tem reunido “com muita regularidade”.
Durante a abertura de conferência internacional da aviação da IATA (sigla em inglês da Associação Intermacional de Transporte Aéreo) em Angola, Augusto da Silva Tomás sublinhou a “necessidade de rever o modelo de operação doméstica”, uma intenção bem recebida pelas companhias, que propuseram a “criação de políticas e incentivos para as operadoras privadas se tornarem sustentáveis”. Uma das medidas preconizadas era a abertura de uma linha de crédito, destinada às empresas de aviação privada para renovarem as respectivas frotas.
No entanto, a fonte do VALOR garante que o discurso do ministro dos Transportes já deixava transparecer a possibilidade da fusão das companhias numa única sociedade para gerir a Angola Expresso.
Não é a primeira vez que há intenções governamentais de se criar uma companhia do género. Em 1991, depois da assinatura dos acordos de paz, a TAAG criou duas subsidiárias: a Angola-Air Charter, dedicada a voos fretados, transporte de carga e voos não calendarizados, e a SAL-Sociedade de Aviação Ligeira, dedicada a serviços de aerotáxi e voos especializados, que acabaram por falir.
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